Descrição Em Muitos Lugares Brasileiros, Ainda Persiste O Costume De Contar Histórias... Em Geral, Em Torno De Uma Fogueira. É Só Ficar De Mão No Queixo, Sentado Em Cima Das Toras, Escutando. O Círculo Das Caras Atentas Arde Ao Calor Das Chamas. Todos Se Voltam Para O Narrador, Num Tropismo Original. Não É Que O Tempo Esteja Sobrando, Não É Isso. Em Verdade, Não Existe Mais O Tempo. Acabou-Se O Seu Império Sobre Os Homens. Não Se Cuida Nem Da Hora, Nem Do Correr Dos Instantes. O Tempo É O Fluir Da História. Tempo E Espaço Se Contam Na Vida Dos Príncipes E Das Princesas E Do Seu Povo Encantado. Assim, A História Vem Lenta. Assim, Vem Comprida. Com Repetidos Pormenores, Cumulativa, Misteriosa E Sutil, Dentro Do Sutil Da Noite Misteriosa. Transportamo-Nos Para Um Outro Mundo Habitado Por Duendes E Fantasmas, Por Espíritos Bons, Pelos Bichos Que Falam. Coisa Linda De Se Ouvir E De Se Viver. A Empatia É Tanta, Que Estamos Tão Do Lado De Lá, Quanto Alice No País Dos Espelhos. Dá Pena Haver Crianças Que Nunca Ouviram Casos Narrados Assim. Estas Histórias São, Pois, Nossas, Brasileiras E Africanas, Genuínas E Espontâneas, Inventadas Pelo Povo. Correm Por Aí (Ainda, Mas Não Por Muito Tempo). Cumpriram E Cumprem A Contento A Alta Função Principal Das Histórias: A De Entreter. E, Através Do Entretenimento, Realizam, Certamente, Esta Coisa Extraordinária: Predispõem-Nos Ao Amor Do Bem, Do Belo E Do Que É Nosso. Mais Não Lhes Poderemos Pedir.
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