Professor Secundo

Obra do jornalista e escritor cearense, Eduardo Campos, que tata em imagens raras e textos sobre a história da Praça do Ferreira, importante cartão postal da cidade de Fortaleza-CE. A praça que no século XIX, em uma Fortaleza dos tempos do Império brasileiro, era chamada popularmente de Feira Nova, passa em 1871 a ser oficialmente denominada de Praça do Ferreira em homenagem a um boticário e político que residira nas cercanias. As fotos e os textos de O Retrato da Praça de Eduardo Campos demonstram como este espaço icônico foi se tornando com o passar dos anos a representação do processo de urbanização de uma Fortaleza sertaneja que foi se modernizando. Livro usado, mas em ótimo estado de conservação.

Perfis de José de Carvalho fora publicada em 1897 pela primeira vez. Esta é uma edição fac-símile publicada em 2006 pela Coleção Outras Histórias do Museu do Ceará. No prefácio desta publicação, o historiador João Ernani Furtado nos diz que esta obra literária é uma coletânea de contos inspirados no manancial "popular". Obra nº 35 da Coleção Outras Histórias do Museu do Ceará, projeto editorial iniciado em 2001. Livro usado, com algumas marcações, mas em bom estado de conservação.

Mario Vargas Llosa, ganhador do prêmio Nobel de literatura em 2010 por sua "cartografia de estruturas de poder e suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota individual" é o autor deste A Guerra do Fim do Mundo publicado em 1980 pela primeira vez. Uma obra embasada na leitura de Os Sertões (1902) de Euclides da Cunha e após uma pesquisa extensa do autor com visitas à Canudos, sertão baiano, cenário de um dos mais trágicos crimes cometidos pelo Estado Republicano brasileiro A Guerra de Canudos, ocorrida nos fins do século XIX. Porém, o contexto histórico é parte do cenário em que os protagonistas desta obra literária desenrolam uma saga de honra, vingança, poder, paixão, fé e loucura.

"Gilmar de Carvalho faz um pequeno grande livro que discute as relações entre comunicação e tradição", aponta o apresentador do livro na contracapa. Complemento que o professor Gilmar de Carvalho trata sobre tradições: o cordel, a xilogravura, a renda de bilros, os almanaques sertanejos, a música feita pelas gentes do sertão. As tramas da cultura lança luz sobre a gestação dessas tradições na relação com os meios de comunicação "massivos" dos tempos atuais. Obra nº 29 da Coleção Outras Histórias do Museu do Ceará, projeto editorial iniciado em 2001. Livro usado, com algumas marcações, mas em bom estado de conservação.

Esta obra é a compilação do ciclo de conferências sobre José de Alencar e Euclides da Cunha promovido pela Academia Cearense de Letras no ano de 2009. Este livro traz interpretações teóricas e conceituais sobre esses dois vultos da literatura e da historiografia brasileira, José de Alencar e Euclides da Cunha. Temos textos de cientistas sociais, historiadores e estudiosos da literatura como os de Angela Gutiérrez, Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes, Pedro Paulo Montenegro e Francisco Régis Lopes. Livro usado, com um pouco de manchas nas bordas inferiores e contracapa, mas no geral, com boa conservação.

Conforme seu próprio autor, este livro é uma imersão na cultura audiovisual brasileira, rastreando sua constituição e sedimentação nos anos 1970 e 1980. O foco aqui é direcionado para a ficção audiovisual no Cinema e TV, captando as especificidades e nuances de um conjunto de bens simbólicos, que no período, atraia em massa os espectadores. Outro dos objetivos do trabalho é o de deslocar a discussão sobre a cultura popular brasileira para o eixo da produção midiática, audiovisual e de massa. Livro usado, mas em bom estado de conservação.

Em Escrita Singular, a historiadora Virgínia Buarque trata da relação entre Capistrano de Abreu e sua filha, Honorina de Abreu, que se tornou freira carmelita e passou depois a se chamar Madre Maria José. Na apresentação da obra, o historiador Francisco Régis Lopes aponta que este contato entre pai e filha representa a relação de Capistrano de Abreu com o sagrado, personalizado em sua filha religiosa, e que é muito bem interpretado por Virgínia Buarque com sensibilidade e rigor teórico-metodológico. Obra nº 20 da Coleção Outras Histórias do Museu do Ceará, projeto editorial iniciado em 2001. Livro usado, mas em bom estado de conservação.

O fim do regime ditatorial no Brasil nos anos 1980 trouxe uma ruptura significativa para a sociedade? Emir Sader busca responder majoritariamente esta pergunta abordando o período chamado de "transição democrática" que corresponde à passagem do fim da ditadura civil-militar, instaurada no Brasil no ano de 1964, ao início do novo regime democrático nos anos 1980. Para este autor, nessa transição de um regime político a outro, interpuseram-se várias contingências entre a vontade democrática do povo e o resultado das lutas para realizá-la.

Régis Lopes, historiador, conta a história de Pe Cícero Romão Batista, do "Milagre em Juazeiro" com a Beata Maria de Araújo (mulher negra, pobre e protagonista deste milagre e que foi, no geral, esquecida no imaginário popular) e traça de modo breve, aqui, da construção do imaginário popular sobre o "Padim" - um "santo" para milhares de romeiros ainda hoje. Regis Lopes comprova nesta curta obra como Padre Cícero se torna um dos personagens mais importantes para a história do Ceará. Livro com algumas manchas e um pouco oxidado, mas em bom estado para leitura.

A jornalista Carolina Dumaresq traz um pouco da história e da vida de Mestre Noza, o santeiro de Padre Cícero. O próprio Pe Cícero aprovou o trabalho de Mestre Noza. E é dele a imagem popularizada do "Padim Ciço" de batina preta, chapéu e bengala. No fim, Mestre Noza foi um artesão (ou artista?) que entalhou a cultura popular e a fé do sertão cearense através de esculturas de madeira e de xilogravuras.

A jornalista Ângela Barros Leal conta um pouco sobre a vida do jornalista, escritor de romances e poesias, advogado e professor, Jáder de Carvalho. Nascido em Quixaramobim-CE em 1901. Foi um “menino lírico”, na sua autodefinição e se tornou um homem “polêmico, contraditório, romântico e panfletário”, conforme aponta um pouco a sinopse do livreto. E, além de tudo, uma figura importante para a história do jornalismo cearense.

O historiador Firmino Holanda conta um pouco da vida e da obra de um dos maiores historiadores do Brasil que nasceu em Maranguape-CE. Capistrano de Abreu descreveu os caminhos e os povoamentos que constituíram este país e seu povo. E justamente com Capistrano, a historiografia do Brasil começa a colocar o povo como agente histórico. E é certo que nesta breve obra já se pode notar Capistrano como um historiador indispensável e um ser humano extraordinário.

Os Sertões de Euclides da Cunha é um dos clássicos da Literatura e das Ciências Sociais no Brasil. Esta edição crítica de Walnice Nogueira Galvão torna ainda mais valiosa esta obra fundamental do chamado pensamento social brasileiro. Na verdade, é um livro denúncia, como redigiu o próprio Euclides, a denúncia de um crime do Estado brasileiro contra uma parte da sua população mais miserável e historicamente deixada a sua própria sorte. Livro envelhecido, com algumas anotações, mas em bom estado ainda. + um Suplemento de Leitura da editora.

Ensaio publicado originalmente em 1937 por Djacir Menezes. É a análise e a descrição da "evolução social e política", conforme seu próprio autor, desta região. É de fato um pouco da história sociocultural, política e econômica do Nordeste da "civilização do couro", do semiárido, território da vegetação de caatinga, majoritariamente, com suas implicações históricas e fenômenos como o fanatismo e o cangaço. É um "outro Nordeste" diferente do Nordeste do açúcar tratado em obra do mesmo ano de 1937 por Gilberto Freyre. E fora o próprio sociólogo de Apipucos que contribuiu para a publicação da obra de Djacir Menezes na época. Livro um pouco envelhecido, contém algumas anotações, mas ainda em bom estado.

"Violeiros do Norte", na verdade, poderia ser chamado de "Violeiros do Nordeste", propriamente. Isto porque na época em que fora publicado, no ano de 1925, pela primeira vez, a região Nordeste não existia nas cartografias regionais. Tudo era Norte. Mas, o importante é apontar que nesta obra, Leonardo Mota, de forma magistral, partindo do seu ofício de folclorista, relata o cancioneiro popular com suas trovas, quadras, desafios e versos. O Nordeste nas suas mais longes e profundas raízes socioculturais de um tempo que, talvez, só através desses folcloristas ainda persistam na nossa memória coletiva. Livro usado, mas em bom estado de conservação.

Cantadores é obra do folclorista cearense, Leonardo Mota (1891-1948), publicada originalmente no ano de 1921. No prefácio desta edição, Luís da Câmara Cascudo afirma que Leonardo Mota divulga nesta obra a figura do produtor da poesia sertaneja e revela a coordenada geográfica da cantoria dos sertões nordestinos. Livro usado, mas em bom estado de conservação.