Acervo Tião Nunes

Logo na folha de rosto, um carimbo grande avisa: “Cortesia do editor. Venda proibida.” Ganhei este exemplar de um amigo jornalista. Mas não tenho espaço para ele em minha casa. Que fazer? Doar? Mas existe o grande risco de que fique parado em outra estante, sem leitor. Então decidi vendê-lo, a preço razoável, para que encontre um bom leitor. Alguns motivos: “Um livro decisivo como raramente se vê.” Edgar Morin. “Seu livro está em total consonância com a realidade, é impressionante em todos os detalhes que mostram como Hitler se baseou na tradição, nas ciências e nas ideias do chamado mundo ocidental desenvolvido.” Sputnik France. Exemplar em ótimas condições, sem rabiscos ou rasuras. Capa e lombada levemente desgastadas nas bordas. 363 páginas.

A contracapa é extremamente pessimista: “Os Estados Unidos (...) estão perdendo toda a autoridade moral. (...) A União Europeia está desmoronando. O mundo árabe-muçulmano mergulha numa crise profunda, agravada por um islamismo cada vez mais radical. (...) Sem mencionar as graves ameaças que, intensificadas pela aventura ultraliberalista, pesam sobre o planeta (devastação do meio ambiente, abismo social, pandemias)”. Nesta obra abrangente e poderosa, Maalouf atua como espectador e escritor comprometido, às vezes recontando eventos históricos dos quais foi uma das raras testemunhas oculares”. Um livro devastador, que nos avisa para mantermos os olhos bem abertos. Exemplar novo. 253 páginas.

Deste livro foram impressos apenas 50 exemplares, quase todos distribuídos entre amigos antes das últimas eleições presidenciais. Sobraram menos de dez, que o autor decidiu colocar à venda, junto com toda sua biblioteca, por estar velho demais para continuar amontoando tralha. Ilustrado a cores pelo próprio autor (prática adotada em todos os seus livros), é constituído de crônicas publicadas aos domingos no portal eletrônico GGN e está dividido em quatro partes: I) Philip Marlowe no país dos canalhas, II) História requentada, III) Literatura requentada e IV) Páginas descartáveis. A primeira presta uma homenagem a Raymond Chandler. A última retrata, em catorze crônicas, a caótica situação do Brasil sob o desgoverno Bolsonaro. Exemplar novo. Higienizado e embalado em plástico. 224 páginas.

Na contracapa, a doutora em educação, Maria Zélia Versiani Machado, destaca: “O desenvolvimento do projeto de formação continuada de professores em nível de pós-graduação ‘lato sensu’ da Educação Básica (LASEB), iniciado em 2006 na Faculdade de Educação da UFMG, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte foi tão exitosa que, em 2011, se estendeu à Rede Municipal de Ensino de Congonhas. Parte da rica troca de experiências que aconteceram entre professores da UFMG e professores da Educação Básica no contexto do LASEB, em parceria com as duas redes de ensino em 2011 e 2012 é apresentada neste livro”. Exemplar seminovo em ótimas condições. Higienizado e embalado em plástico. 301 páginas.

Este volume 1, totalmente colorido, é uma completa introdução ao crochê. Neste volume você encontra: 1) todas as dicas sobre agulhas e acessórios; 2) variedades de fios e resultados possíveis; 3) como combinar cores; 4) passo a passo com fotos para os pontos básicos e arremates; 5) história do crochê e sua influência na moda e na arte; 6) como ler os rótulos dos fios e como escolher o melhor material; 7) truques diversos. Neste e nos dois outros volumes você terá tudo o que precisa para se tornar uma grande artista. Exemplar colorido em boas condições. Contracapa amassada com mancha interna. Capa e lombada desgastadas nas extremidades. Higienizado e embalado em plástico. 131 páginas.

Escreveu na apresentação a organizadora: “Este livro reúne textos de pesquisadoras brasileiras de diferentes instituições e regiões do país, comprometidas com a investigação e a reflexão sobre os processos de mediação envolvidos na formação do leitor de textos literários, em diferentes faixas etárias e níveis de ensino. No texto ‘O direito à literatura’, Antonio Candido afirma que ‘assim como não é possível haver equilíbrio psíquico sem o sonho durante o sono, talvez não haja equilíbrio social sem a literatura’.” Exemplar praticamente novo, em excelentes condições. Miolo impecável. Lombada e capa com levíssimo desgaste nas extremidades, quase imperceptíveis. Higienizado e embalado em plástico. 152 páginas.

Assim se explica este livro: “As práticas artísticas, os processos de ensino-aprendizagem, a escrita, a violência e a educação em prisões são discutidas nesta obra a partir de um referencial comum: a teoria das representações sociais. Este livro é um convite a pensar sobre outras formas de se fazer pesquisas a partir da abordagem das representações sociais, rompendo com estudos fotográficos e propondo um olhar apurado para as mudanças sociais e, principalmente, para os efeitos psicossociais das tensões vivenciadas no cotidiano”. Este livro propõe, assim, uma nova maneira de olhar para o outro em suas vivências e convivências. Exemplar praticamente novo. Higienizado e embalado em plástico. 212 páginas.

Conforme escreve Epitácio Macário, um dos organizadores deste livro, “Coragem e motivação encontraram-se no projeto coletivo. Juntou-se gente de talentos e pendores variados, como numa confraria ‘high tech’ cujo ortocentro é a paixão pela criação artística. (...) Foi nesse intento que se reuniram estudantes, professores, universitários, escritores, desenhistas, bordadeiras, atores e atrizes, musicistas, designer gráfica e intérprete de Libras. A ideia? Produzir vídeos com os recursos de que dispunham – celulares, quase sempre – e muita inventividade. (...) Como tal, este livro é um balaio transbordando cultura”. Livro rico em palavras e imagens desconcertantes e belas. Ricamente ilustrado. Higienizado e embalado em plástico. Seminovo. 363 páginas.

Juro que nunca tinha ouvido falar de Ricardo Araújo Pereira, até topar com este livro de melhores crônicas. Como também nunca tinha lido nada dele e este exemplar estava novinho da silva, embalado e pronto para viajar rumo ao novo e feliz possuidor, não me atrevi a romper sua virgindade. O azul da capa chega a doer nos olhos, o desenho que a ilustra é ruim de doer, mas, afinal, quem sou eu para contrariar Gregorio Duvivier que, na contracapa, escreveu o seguinte: “Não há nada, no terreno do humor, que o Ricardo não faça à perfeição”. E não só isso, como acrescenta: “Meu sonho é que o Ricardo tivesse nascido americano (Ué, será que estamos na África?) porque aí ele seria muito lido no Brasil. Não enfrentaria a tal barreira da língua”. Novo, higienizado e embalado em plástico. 240 páginas.

Este livro é uma estranha e caótica reunião de encontros desencontrados. Em um episódio, Antônio Conselheiro revela o futuro trágico a Euclides da Cunha. Em outro, diante do feto, o poeta Augusto dos Anjos diz a sua mulher que vai escrever um poema para o filho natimorto. Alguns dos eventos realmente aconteceram: Van Gogh se apaixonou por uma prostituta grávida; Al Capone e Charles Chaplin mantinham alguma relação. Outros são puro delírio: no cemitério, os defuntos de Machado de Assis e Lima Barreto trocam impressões. Poder e política são o cardápio das conversas de Lenin e seu amigo dadaísta Tristan Tzara, de Tiradentes e Joaquim Silvério. E por aí afora. Ou como escreveu o jornalista Miguel Conde, “Sebastião Nunes é o melhor escritor brasileiro do qual você nunca ouviu falar”. 176 pág.

Escritor de extraordinários recursos, Eloésio passeia com a mesma brilhante maestria pela prosa, pela poesia e pelo ensaio. Um livro de poemas de Eloésio Paulo é uma festa para a imaginação. Tanto faz se o livro é para crianças ou para adultos, não dá para ficar indiferente à leveza, ao humor e a beleza de cada verso. Como no poema “Uma mentira”, que explica ddireitinho como é um avestruz: “Avestruz é um passarinho/ que comeu fermento/ até virar passarão”. Para completar, o livro é todo colorido e tem por ilustrações belíssimos quadros de Paul Klee. 40 páginas. Exemplar novinho em folha.

Escritor de extraordinários recursos, Eloésio passeia com a mesma brilhante maestria pela prosa, pela poesia e pelo ensaio. Nesta pequena novela humorística, acontece o casamento mais improvável: “Certo dia, ninguém sabe como nem por quê, Papai Noel e a bruxa Loroteia resolveram se casar. E não apenas isso: casaram-se um com o outro... Era um aborrecido mês de março, portanto o Natal estava longe e Papai Noel não tinha muito o que fazer. Loroteia, por sua vez, dormia o dia inteiro e à noite ficava passeando pelo céu com sua vassoura. Depois que inventaram o rádio, a TV e a internet, havia gente demais concorrendo com a profissão que antigamente era exercida pela bruxa: espalhar boatos e falar da vida alheia”. Assim começa esta engraçadíssima história. 40 páginas. Exemplar novinho em folha.